Profissional acima de tudo

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Rendo-me a esta imagem dos adeptos do Valência em pleno Mestalla, para confirmar um facto que já toda a gente conhece, João Pereira é um profissional, que apesar de não ser um jogador excepcional, consegue cativar os adeptos do clube que defende. Foi assim em Alvalade depois de ter passado pelo maior rival, Benfica (onde foi formado) e foi assim em Braga e Gil Vicente. Apesar da condição de não titular do Valência esta época, os adeptos apreciam a entrega do jogador e a sua garra e mesmo depois de ser demasiado agressivo, ser expulso por situações que não lembram a ninguém de protagonizar e mesmo quando consegue fazer tudo mal, os adeptos estão lá para o apoiar, porque afinal João Pereira é tudo o que se quer numa equipa, um jogador que defende a sua cor, custe o que custar, seja contra quem for.

Momentos #48

O Estádio Pasiensky na capital eslovaca foi também palco de uma cena violenta protagonizada por adeptos. Os adeptos de dois clubes de dois países que se consideram como “irmãos”, protagonizaram uma arrepiável cena de violência no desporto no jogo da Liga Europa que o Sparta de Praga bateu o Slovan de Bratislava por 3-o para a fase-de-grupos da Liga Europa.

O dilema de Liverpool

luis suarez 2

Sempre que um icónico jogador é transferido por uma grande equipa, o treinador dessa mesma equipa tem como missão (caso a direcção lhe disponibilize recursos financeiros aceitáveis para procurar um ou vários jogadores substitutos) encontrar soluções dentro do mercado para amenizar os efeitos da perda desse mesmo jogador. Tenho como dado assente que nenhum jogador é substituível directamente por outro. Como em tudo na vida, no futebol, no máximo, sempre que um substituto faça lembrar o jogador transferido ou consiga atingir num curto ou médio espaço de tempo o nível de performance daquele que rumou, não existem dois jogadores iguais e a forma de jogar da equipa altera-se com um maior ou menor grau de diferença em relação às bases existentes aquando da presença do jogador transferido.

Luis Suarez conseguiu, apesar de ter protagonizado imensas cenas de indisciplina durante a sua estadia de 3 épocas em Anfield Road, criar uma enorme empatia junto do Universo Liverpool. Apesar de só na sua última temporada ter conseguido apresentar um rendimento de excelência, a estrutura do clube britânico segurou o uruguaio como pode e este acabou por cair no goto dos adeptos. O jogador cativou de tal forma os seus colegas de equipa e adeptos nas suas duas primeiras temporadas (creio que estes acreditaram que iria explodir mais tarde ou mais cedo e ajudar o clube a conquistar troféus) que, aquando dos sucessivos castigos com que foi sancionado pela equipa de Liverpool, o capitão Steven Gerrard, a maior figura do clube treinado por Brendan Rodgers, nunca deixou cair o colega e incentivou-o a melhor o seu rendimento e permanecer no clube numa altura em que o uruguaio não queria permanecer em Liverpool porque considerava que os adeptos não gostavam dele e a equipa não era suficientemente competitiva para lutar por títulos. No verão de 2013, quando existia a hipótese do jogador rumar a Madrid, Gerrard foi ter com Suárez e pediu-lhe encarecidamente para ficar mais 1 ano de forma a ser a maior estrela de uma equipa que estava a ser construída para obter altos voos na temporada 2013\2014. O uruguaio não tinha como negar o desejo do capitão e amigo Gerrard. Desde então o seu rendimento em campo melhorou significativamente e o seu comportamento dentro e fora das quatro linhas melhorou satisfatoriamente. Até à mordidela em Chiellini, claro.

No verão de 2014, cotado, quase como sempre nos últimos defesos, como um trunfo apetecível a todas as equipas com grandes objectivos europeus, a direcção de Liverpool sentiu que não poderia pedir mais ao jogador depois de se ter gorado o objectivo de vencer a Premier League. Assim como, sentiram que, perante uma proposta do Barcelona, o jogador não poderia permanecer em Anfield Road. Bastou apenas ao Barcelona acenar com um único trunfo: títulos. Coisa que o uruguaio não tem, excepção feita a um punhado de conquistas internas no futebol holandês ao serviço do Ajax.

A saída de Suárez colocou, como não poderia deixar de ser fruto do facto de ser a grande peça na engrenagem da máquina de Rodgers, uma enorme dor de cabeça ao treinador do Liverpool. Suárez representava golos, assistências, dribles, abertura de espaços para os restantes companheiros de ataque através das suas rápidas e loucas movimentações que desgastam qualquer eixo defensivo, coragem no plano mental para resolver em situações de desvantagem ou em situações de pressão nos jogos contra os outros grandes da Premier League, ambição, garra, auto e hetero motivação, liderança e vitórias, muitas vitórias.

Não sendo um jogador substituível no imediato, Brendan Rodgers tentou agir com uma política de contratações muito utilizada nos desportos americanos, sobretudo na NBA: se sai um jogador que é capaz de marcar 30 golos por temporada e oferecer 20 assistências aos companheiros, tentarei substituí-lo com a entrada de vários jogadores capazes de fazer os seus números em conjunto, com potencial para formar uma boa equipa, com potencial para se tornarem grandes estrelas do futebol mundial e com uma margem de manobra interessante para Rodgers moldar à sua semelhança e feitio. Esta velha policy de transferências é como se sabe muito utilizada na NBA. Façamos o esforço de imaginar: se um jogador importante que faz 25 pontos de média por jogo, 7 assistências de média e ganha 6 ressaltos por jogo (naquela Liga Norte-Americana há vários jogadores a fazer estes ou melhores números com uma base de consistência regular), o treinador dessa mesma equipa tentará suplantar a saída de um jogador com a entrada de outro ou de outros capazes de garantir esses números. A equipa depende obrigatoriamente dessas estatísticas para se manter funcional e vitoriosa.

Foi nesta onda de pensamento que Rodgers fez chegar a Anfield Road no passado defeso jogadores como Markovic, Adam Lallana, Ricky Lambert ou Mario Balotelli. Rodgers pretendeu numa primeira abordagem de pensamento que estes conseguissem obter, juntos, o número de golos e assistências do uruguaio. Numa segunda abordagem, Rodgers aproveitou os 84 milhões encaixados pela transferência para acrescer imensas unidades de valor ao ataque de uma equipa que pecou por ter poucas opções durante 13\14, resumindo as opções do meio-campo para a frente a Phillipe Coutinho, Daniel Sturridge, Raheem Sterling, Suárez, Iago Aspas, Joe Allen e Luis Alberto. Para uma equipa que, a meio da temporada, mudou os objectivos firmados para o final desta, assumindo-se como uma equipa candidata ao título da Premier League ao invés de uma equipa candidata aos lugares europeus pelo brilharete que a equipa estava a realizar no campeonato contra todas as expectativas, sabemos bem que estas opções para o ataque eram, à priori, escassas para conquistar esse objectivo num campeonato tão competitivo e com tantas estrelas como é o campeonato inglês.

Contudo, a sensação que me dá e que comprova este mau arranque de temporada da equipa britânico, é a de que Rodgers ainda não conseguiu mover todas as pecinhas do puzzle de forma a completar a filosofia de jogo que pretende para a próxima era do clube de Merseyside. Isto porque, se tomarmos em conta que a equipa com Suárez era moldável ao ponto de tanto poder jogar em ataque organizado com a construção de Gerrard, Jordan Henderson e Joe Allen, beneficiando do drible portentoso de Suárez, da abertura de espaços de Suárez através das suas constantes movimentações para a entrada de outros jogadores na área a finalizar, como, por outro lado também seria uma equipa capaz de jogar a alta velocidade com a prática de um modelo de jogo assente em transições rápidas ou lançamentos longos para as alas para a velocidade de homens como Coutinho, Sterling ou Sturridge, neste momento, os 4 jogadores adquiridos para a frente de ataque demonstram ser jogadores que não encaixam em alguns dos processos que Rodgers gosta de serem aplicados em campo:
– Markovic não é um finalizador puro e é um jogador que encaixa muito bem num modelo de transições rápidas para o contra-ataque. O sérvio sente-se melhor nesse tipo de processos do que no ataque organizado. Em Inglaterra não terá tanta liberdade para colocar as suas poderosas arrancadas em drible pela zona central com incursão na área e finalização como tinha em Portugal. O sérvio será o jogador que combinará melhor com a dupla Sterling\Sturridge se bem que Phillipe Coutinho também é muito forte quando é chamado a pegar o jogo na esquerda e correr em velocidade com o esférico. – Adam Lallana é um tecnicista puro que gosta de jogar com espaço para colocar os seus dribles, espaço esse que não é concedido por grande parte dos pequenos em Inglaterra. Não é jogador para alinhar no contra-ataque.
– Mario Balotelli é um jogador demasiado lento para jogar no contragolpe e não é tão móvel quanto Suárez e tão mortífero no drible de 1×1. O seu jogo assenta no seu poderio físico e na sua potência de remate. Sendo algo lento de movimentos e um jogador que necessita de ter bola à entrada da área para rematar, não combina com a rapidez de movimentos de Sturridge ou Sterling e pode ser até um jogador capaz de congelar a velocidade que a equipa tenta imprimir nas saídas em contra-ataque.
– Ricky Lambert é um rato de área, compreendendo-se apenas a sua contratação para a utilização esporádica em jogos em que a equipa tenha de abandonar a sua identidade em prol de um estilo de jogo mais directo.

Se ofensivamente a equipa parece algo desordenada ao nível de peças, defensivamente, esta equipa do Liverpool tem imensas potencialidades apesar dos maus resultados estarem a confirmar o contrário. Dois excelentes laterais com muita propensão ofensiva (Glen Johnson, Alberto Moreno) e outros dois muito equilibrados (Javier Manquillo e José Enrique). No eixo da defesa, Skrtel, Lovren Kolo Touré e Mamadou Sacko são centrais controladores, fortes na marcação, fortes fisicamente, fortes no jogo aéreo. No entanto todos eles pecam por serem centrais algo lentos e com dificuldades para sair a jogar. Daí que Brandon Rodgers aposte imenso na saída de jogo a partir de trás por intermédio de Lucas Leiva ou Emre Can. O alemão é melhor a cumprir esta tarefa que o brasileiro. O brasileiro é mais agressivo e acutilante na pressão que o alemão assim como cobre melhor os espaços que este.

breves #32

Liga dos Campeões – Na sequência da exposição do Sporting à UEFA, o organismo já fez chegar em comunicado à direcção do Schalke 04 a manifestação promovida pelos leões. A SAD do Sporting Clube de Portugal queixou-se à UEFA da arbitragem do russo Serguei Karasev na partida em questão, manifestando todo o interesse em uma de duas soluções: a repetição do jogo ou a indeminização (por parte da UEFA ou do clube adversário) em 500 mil euros, valor a que o Sporting tinha direito caso o erro de arbitragem no lance da bola na de Jonathan Silva não fosse cometido. O empate na Champions League vale precisamente a atribuição de um prémio pecuniário no respectivo valor. A direcção do Schalke está a estudar a situação, tendo um dos seus mais altos dirigentes feito um comentário irónico contra o sistema de árbitros de baliza inserido nas provas organizadas por aquele organismo. Horst Heldt criticou Michel Platini, afirmando que o líder da UEFA está de parabéns porque o sistema “realmente funciona”.

A repetição da partida será a meu ver um facto praticamente impossível. Nunca naquela competição, dados os erros de arbitragem grosseiros que foram praticados em tantas partidas, algumas delas em fases muito adiantadas da prova (lembro-me daquele Chelsea vs Barcelona ou do roubo descarado que foi a passagem do Borussia de Dortmund às meias-finais em 2013 naquela eliminatória contra o Málaga com 2 erros de arbitragem escandalosos cometidos a favor da equipa alemã nos minutos finais da partida da 2ª mão; no ano passado, aconteceu uma situação semelhante em Amesterdão num Ajax vs Milan com a marcação de um penalty fantasma que deu o empate ao Milan no último minuto) ocorreu existir uma repetição de uma partida por culpa de um erro de arbitragem grosseiro. A repetição da partida seria a criação de um fenómeno novo da prova, fenómeno ao qual a UEFA manifesta-se completamente contra, apesar dos incentivos que tem manifestado ao fairplay ao longo dos anos de existência da competição.

Por outro lado, a “ficção jurídica” de um empate (não-desportivo) por intermédio de uma indeminização de meio milhão de euros, aplaude-se do ponto de vista financeiro mas desvirtua por completo o objectivo da verdade desportiva e camufla os erros cometidos pela arbitragem, não sancionando quem deve ser sancionado. Ou seja, neste caso, os 6 árbitros presentes na partida.

A UEFA já anunciou que vai decidir na terça-feira o protesto apresentado pelo Sporting. Um porta-voz da UEFA explicou à Lusa que a queixa tem por base  o artigo 50 do regulamento disciplinar da entidade que tutela o futebol europeu e que enquadra três alíneas: «Erro evidente do árbitro, clara violação das regras por parte do árbitro com influência decisiva no resultado final» e ainda «qualquer outro incidente que tenha influência decisiva no resultado».

 O Sporting também já respondeu às declarações de Jorge Jesus. O treinador do Benfica lamentou-se que o clube também já foi prejudicado gravemente nas provas da UEFA (referindo-se à eliminatória de há 2 anos frente ao Chelsea nos quartos-de-final e ao jogo de Leverkusen da edição desta época). Bruno de Carvalho aproveitou as declarações para afirmar que o Sporting está disponível para conversar “seja com quem for” em prol de uma visão comum para melhorar o futebol português.

Liga Europa –

As cenas são lamentáveis. Há muito que o hooliganismo dos adeptos britânicos não se fazia sentir na Europa. Os adeptos do Everton envolveram-se em escaramuças com os adeptos do Lille e com a polícia daquela cidade, antes e depois do jogo da Liga Europa que opôs as duas equipas (empate a 0 bolas). Tudo deverá começado na quarta-feira quando um grupo afecto aos Ultras do Lille atacou violentamente várias dezenas de adeptos da equipa inglesa numa zona de esplanadas da cidade. A resposta dos ingleses não demorou muito, provocando um autêntico cenário de batalha durante a tarde e noite de ontem.

O comportamento verificado pelos adeptos dos dois clubes está a ser investigado pela UEFA. O organismo poderá executar sanções contra os dois clubes, sanções essas que podem ir desde a punição básica de realização de jogos à porta fechada para os mesmos ao impedimento expresso de venda de bilhetes para os adeptos dos dois clubes nos jogos que terão que realizar fora.

FC Porto –

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As declarações do treinador do Porto na conferência de imprensa de antevisão do jogo frente ao Arouca:

“Não acredito em verdades absolutas. Tratamos sempre de apresentar a equipa que achamos que vai ser melhor para cada jogo em específico. Não queremos terminar a primeira volta com cinco pontos de vantagem, queremos é ganhar a Liga e para isso traçamos um caminho e queremos seguir nele. Estamos bem na Champions e cada onze depende das necessidades de cada jogo. Todos no FC Porto são iguais. Há uns que jogam mais, mas isso não garante nada”.

A rotatividade do plantel será, portanto, para manter. Essa mesma rotatividade de plantel é a principal crítica dos adeptos ao trabalho do espanhol no comando técnico do clube. Aproveitando as declarações de Jackson Martinez, nas quais o colombiano pedia aos adeptos para não assobiarem os jogadores (referindo no entanto que compreende o descontentamento destes), o espanhol aproveitou o momento para frisar que prefere “ser assobiado” em detrimento dos jogadores.

Servia

Euro 2016\UEFA – A UEFA anunciou em comunicado oficial a decisão pendente para a reunião de ontem em relação aos acontecimentos do Sérvia vs Albânia e as respectivas sanções que as cenas mereceram por parte da Comissão de Controlo de Ética e Disciplina daquele organismo.

Pelo facto dos albaneses terem abandonado o terreno de jogo e se terem recusado a jogar, os albaneses perderam o jogo por 0-3 sendo ainda multados em 100 mil euros. Os Sérvios vencem ficticiamente a partida visto que os 3 pontos também lhes serão subtraídos pelos actos cometidos por jogadores e adeptos. (Justiça salomónica). Os sérvios também foram multados em 100 mil euros e punidos com 2 jogos à porta fechada, jogos que serão cumpridos frente à Dinamarca e Arménia. Nenhum jogador das duas selecções foi punido com jogos de castigo.

Juventus – O clube italiano anunciou a renovação de Paul Pogba até 2019. O jogador irá auferir um ordenado líquido de 4,5 milhões de euros por temporada, 3 vezes mais do que aquele que auferia no clube de Turim até hoje.

Sporting – Shikabala ainda não compareceu em Alvalade mas reapareceu publicamente no Cairo num jogo de futebol de 5 com estrelas mediáticas daquele país. O jogador também informou que tem a sua mansão à venda, facto que pode indiciar que o Sporting não lhe tem pago o ordenado. O jogador está sob alçada disciplinar do clube de Alvalade.

Marco Silva continua a preparar a recepção ao Marítimo para a 8ª jornada da Liga. Islam Slimani será a grande ausência da partida do lado da equipa lisboeta. O departamento médico do Sporting reavaliou o estado físico do jogador, concluíndo que este não abandonou a partida frente ao Schalke por problemas musculares graves. Deverá trabalhar de forma condicionada nos próximos dias, não sendo opção para o jogo deste fim-de-semana.

Luis Filipe Vieira\Jorge Nuno Pinto da Costa – O jornal A Bola referiu na sua edição em papel que os dois dirigentes terão almoçado juntos na Mealhada depois da reunião de presidentes de clubes profissionais realizada em Coimbra na 2ª feira.

Luis Duque é efectivamente o candidato que ambos apoiam para a presidência da Liga de Clubes.

Manchester United – A equipa britânica anunciou que o antigo guarda-redes do Barcelona Victor Valdés vai treinar-se durante algumas semanas com o plantel às ordens de Louis Van Gaal. O guarda-redes continua livre. Valdés continua a recuperar de uma lesão contraída em Março, existindo a possibilidade de assinar pela equipa de Manchester.

Luis Suarez

Luis Suárez – Véspera de superclássico em Espanha. O Barcelona soube por intermédio do TAS e da FIFA que pode utilizar Luis Suárez no jogo contra o Real Madrid. Luis Enrique confirmou na conferência de imprensa desta manhã que o uruguaio encontra-se em boas condições físicas e será opção para o jogo que se irá realizar amanhã pelas 18 horas espanholas (17h portuguesas) no Santiago Bernabéu.

Em entrevista ao Sport, o jogador confessou que nunca mais irá morder um adversário, referindo que foram milhares as pessoas que lhe perguntaram se o voltaria a fazer ou se estaria arrependido do acto cometido no Mundial perante Giorgio Chiellini.

Andrea Agnelli – O presidente da Juventus aplaudiu a decisão tomada em Assembleia Geral de accionistas do Inter que visa tornar Massimo Moratti presidente honorário do clube milanês, apesar de já não ser o principal accionista da equipa (agora é o indonésio Erick Thorir).

Inter de Milão – Walter Mazzarri pediu à direcção milanesa a contratação do lateral direito do Bayer de Leverkusen Giulio Donati. Donati tem tido uma utilização intermitente no plantel dos farmacêuticos, partilhando a titularidade com a outra opção para o sector, o croata emprestado pela Roma Tim Jedjav. Donati poderá sair de Leverkusen por perto de 6 milhões de euros. Mazzarri deverá pretender utilizar o jogo como ala direito, num flanco no qual tem como opções Yuto Nagatomo (também poderá fazer o flanco esquerdo, pertencente a Dodô), Danilo D´Ambrosio e Hugo Campagnaro (actualmente lesionado, mas uma opção válida para aquele flanco apesar de jogar preferencialmente como central exterior direito no esquema de 3 centrais de Mazzarri).

 

 

Momentos #47

A genialidade de Marco Reus (regressou esta semana à competição após um período de paragem de algumas semanas devido a lesão) confirmou a quase assegurada classificação do Borússia de Dortmund para a próxima fase da prova. Reus é de facto um jogador de excepção na forma em como joga e faz jogar toda a equipa do Dortmund através do flanco esquerdo (contra o Galatasaray também assumiu muito bem uma posição central atrás de Pierre Emerick Aubemeyang) e na sua capacidade de remate de fora da área. Em virtude do facto de não ter aceite a segunda proposta de renovação que os responsáveis do Dortmund lhe apresentaram há 2 semanas atrás e de supostamente ter uma cláusula no seu actual vínculo com o clube da Vestefália que poderá permitir sair no Verão de 2015 (a 1 ano do fim de contrato) pelo valor de 25 milhões de euros, Réus está a aguçar meia europa a avançar para a sua contratação.

Momentos #45

O primeiro golo do Atlético de Madrid frente aos Suecos do Malmo é uma autêntica obra de arte. Futebol ofensivo muito positivo. A equipa de Madrid está a dar-se muito bem em ataque organizado, contra equipas que estão neste momento a adoptar contra si o mesmo modelo que deu frutos para a equipa de Simeone na temporada transacta.  O resultado de 5-0 fez transparecer que o Atlético de Madrid não teve dificuldades vencer a partida. Muito pelo contrário. A equipa espanhola conseguiu tal resultado fruto de uma capacidade tremenda de furar as profundas linhas defensivas dos suecos com um jogo de paciência construído através de rapidíssimas combinações entre os seus jogadores de ataque.

Momentos #43

Os 5 golos de Luiz Adriano frente ao BATE Borisov. Para Dunga ver dada a actual carência que o escrete apresenta naquele sector do terreno. O jogador do Shakhtar tornou-se o 2º jogador da competição a alcançar esse feito num só jogo, igualando o record que era detido exclusivamente por Lionel Messi. Creio que o record de Messi foi obtido precisamente contra estes Bielorussos há umas temporadas atrás.

Luiz Adriano não é novo dessas andanças. A própria carreira do jogador de 27 anos tem sido tornada “muito discreta”, muito sobrevalorizada (penso que é o termo mais correcto a aplicar) desde que está na equipa ucraniana. Quem acompanha com maior atenção a campanha desta equipa ucraniana nas últimas edições da Champions e da Liga Europa lembra-se perfeitamente que não existe nenhuma competição em que este não marque alguns golos em todas as competições europeias. O brasileiro já leva 29 golos em 61 jogos realizados nas provas da UEFA e é no campeonato ucraniano, um máquina de marcar golos cujos clubes das grandes ligas internacionais teimam em não querer contratar para as suas fileiras. Basta referir que o brasileiro de 27 anos, formado no Internacional de Porto Alegre é um jogador que apontou 71 golos em 150 partidas pelo clube no campeonato, tendo sido o melhor marcador do campeonato ucraniano em duas épocas, apesar da sua manifesta irregularidade (o seu principal defeito) e da sua personalidade algo problemática (já foi castigado por vários jogos tanto na Ucrânia como nas provas europeias por manifesta falta de fairplay assim como foi um dos brasileiros que se recusou a voltar à Ucrânia em Julho por causa dos conflitos que atingem a zona de Donetsk e obrigaram o clube a sair da cidade e a instalar-se em Lviv).

Por falar no jogador, nos últimos meses tem acrescido a possibilidade de se naturalizar ucraniano de forma a poder alinhar pela selecção daquele país. O jogador não soma qualquer utilização pela Selecção A brasileira, tendo sido internacional sub-20 pela Canarinha.

Momentos #42

O golo é um frango. Mas não apaga o genial lance do mustang que salvo Lopetegui de mais uma salva de fogo cruzado. Depreende-se o óbvio, indiferente do estilo de rotação que o técnico visa executar: Quaresma é um fixo no onze do Porto doa a quem doer porque é um jogador que num lance repentido saca de uma grande acção individual e resolve uma partida que esteja a ser difícil de desbloquear. Compreende-se que o treinador se sinta mais motivado a actuar com os jogadores que bem conhece do trabalho de campo executado nas selecções de Espanha (caso de Adrián) porque todos os treinadores gostam de trabalhar com jogadores que conhecem profundamente tanto no plano desportivo como no plano mental, pessoal e social, mas, negar a titularidade a Quaresma nesta altura do campeonato é como dar um tiro no próprio pé. Ou cavar a sua própria sepultura, tendo a noção da influência do jogador no balneário e junto dos dirigentes e adeptos do clube.

O FC Porto pode considerar-se apurado para a próxima fase.

 

Momentos #41

Aproveitando o facto de lhe ser conhecida uma faceta intelectual e uma cultura geral bastante acima da média, a Marca perguntou a Xabi Alonso no lançamento deste jogo qual seriam os estilos de musica se existisse um termo de comparação possível entre a arte musical e a arte do futebol para as equipas de Bayern e Real Madrid. O jogador de 33 anos respondeu de forma muito pertinente: o Real Madrid seria Rock´n´ Roll, descrevendo o jogo dos madridistas como vertiginoso e a sua atitude como um fenómeno popular similar ao rock´n´roll enquanto o estilo de jogo do Bayern se assemelharia ao Jazz, um estilo mais calmo, mais paciente, com um toque de charme e classe superior, mas, quando acelerado, também ele vertiginoso e avassalador.

A prestação dos bávaros em Roma foi parecido com o heavy metal. Ao invés de se espancarem guitarras com sons estridentes, melodicamente bem construídos e bem executados tecnicamente, a equipa de Guardiola espancou literalmente a equipa da Roma (uma clara candidata a meu ver aos quartos-de-final da prova) com um futebol ofensivo avassalador, tão avassalador que motivou de imediato um pedido de desculpas por parte de Francesco Totti, Daniele DeRossi e Rudy Garcia aos seus adeptos na flash-interview (no caso do capitão) e post-match conference no caso do sub-capitão e do timoneiro da equipa.

A equipa do Bayern conseguiu alcançar 13 golos em duas partida. No fim-de-semana passado para a Bundesliga, a equipa de Guardiola já tinha espancado o lanterna vermelha da prova (Werder Bremen) com um esclarecedor 6-0.

Crónica #21 – CSKA Moscovo 2-2 Manchester City

A vida do Manchester City no denominado grupo da morte complicou-se imenso depois do empate concedido ontem na Arena Khimki em Moscovo. À porta fechada, cumprindo o 2º jogo dos 3 obrigados pela UEFA por mau comportamento sistemático dos seus adeptos, o CSKA aproveitou para conquistar os primeiros pontos na prova perante uma equipa inglesa que começou a gerir muito cedo a vantagem acumulada no primeiro tempo. Afirmativo também será dizer que o empate se sucedeu graças a um erro de arbitragem no lance que origina o penalty que garante o empate à equipa orientada por Leonid Slutsky nos derradeiros minutos da partida.

Leonid Slutsky repetiu o mesmo onze e o mesmo modelo de jogo que tinha aplicado perante o Bayern na jornada anterior. Com um meio-campo em losango, voltou a apostar em Alexei Berezutski no vértice mais recuado desse meio-campo, Natcho no vértice mais adiantado no apoio a Ahmed Musa e Roman Eremenko, o sérvio Zoran Tosic na direita e Georgi Milanov na esquerda, devidamente apoiados pelas incursões dos laterais Schennikov e Mario Fernandes.
Já Manuel Pellegrini fez alinhar o seu onze base. Perante a ausência de Frank Lampard (contraiu uma lesão na coxa frente ao Tottenham) Pellegrini destacou Kun Aguero no apoio a Dzeko numa equipa que é impulsionada essencialmente pelos seus grandes motores no meio-campo: Fernando e Yaya na pressão defensiva, recuperação de bola e circulação do esférico e David Silva como o construtor de jogo. James Milner suplantou Jesus Navas na direita do ataque. O espanhol só viria a alinhar no segundo tempo.

O jogo teve duas partes distintas: na primeira, o Manchester City assumiu as despesas de jogo como habitual o faz, perante uma equipa russa a defender em bloco baixo pressionante à zona e a tentar sair em contra-ataque através de lançamentos do israelita Bebras Natcho para a corrida de Ahmed Musa na frente do terreno. Até aos 70″ pode-se dizer que Musa foi quase sempre muito bem anulado tanto por Kompany como por Mangala. Imperiais no desarme, perderam concentração nos minutos finais e permitiram que o CSKA recuperasse no marcador quando nada o fazia prever.

A equipa russa até entrou melhor no jogo com duas situações de perigo causadas por dois remates de meia-distância que sairam perto da baliza defendida por Joe Hart. Em aceleração rápida, Natcho tentou servir Roman Eremenko em velocidade para as contas de Kompany. Atento, o belga cortou para a frente permitindo um remate de Ahmed Musa que saiu por cima da baliza de Joe Hart. Poucos minutos mais tarde, Zoran Tosic tentou a sua sorte. A bola saiu ao lado da baliza da equipa de Pellegrini.
A partir daí, o Manchester City foi colocando em prática o seu típico carrossel. Recuperado esférico a meio-campo, David Silva quase sempre ofereceu linha de passe aos dois homens mais recuados do meio-campo e tratou de começar a tentar furas as linhas compactas da defesa profunda dos russos. A actuar mais descaído pela esquerda, o internacional espanhol tentou criar superioridade nesse flanco com Kun Aguero e Kolarov de forma a proporcionar, através de rápidas combinações oportunidades para o argentino dentro da área ou maior à-vontade para o sérvio tentar colocar a bola a jeito da finalização de Edin Dzeko na área. Muito atentos, os experientes centrais do CSKA (Serguei Ignashevic e Vasiliy Berezutski) não deram espaço ao sérvio para receber bolas na área. Nos únicos erros de posicionamento, pressão e marcação que cometeram surgiriam os 2 golos da equipa de Manchester.

Aos 28″ quando o City tomava conta das operações mas não conseguia ser uma equipa capaz de articular jogo entre linhas em velocidade de forma a furar a organizada defensiva russa, surge o primeiro golo da partida num lance em que a equipa de Manchester, neste caso David Silva, capitulou dois erros do meio-campo e da defesa russa: recebendo solto no corredor central um passe de Yaya Touré, não foi pressionado num primeiro momento por Berezutski e teve uma enorme liberdade, num segundo momento sobre uma tentativa de pressão macica dos 2 centrais que saíram ao seu encontro para matar a investida de picar a bola por cima dos defensores para a brilhante desmarcação de Dzeko. O bósnio, isolado na cara de Akinfeev foi altruísta e tocou para o lado para o golo de Kun Aguero.
O golo sofrido pelos moscovitas não os alertou para a necessidade de mudar o estilo de abordagem. A equipa campeã russa continuou a praticar a sua defesa baixa e a entregar as despesas do jogo à equipa visitante. Os ingleses voltaram ao jogo de paciência, capitulando um novo erro da defesa russa aos 37″ quando Yaya Touré viu Dzeko a desmarcar-se na área e cruzou para o 2º poste. O bósnio amorteceu de forma inteligente para o remate de Kun Aguero que seria empurrado por James Milner à boca da baliza. 3 falhas de marcação evidentes neste 2º golo por parte da defensiva russa.
No minuto seguinte, a equipa de Manuel Pellegrini poderia até ter enterrado o jogo quando, servido com um cruzamento rasteiro muito tenso de Kolarov na esquerda, Edin Dzeko não foi capaz de empurrar para o 3º da equipa. Todavia, foi bem estorvado por Ignashevic, não existindo qualquer motivo para grande penalidade. A bola ainda sobrou para o 2º poste onde apareceu James Milner a atirar ao poste.

Ao intervalo, a vantagem justificava-se pela assumpção das despesas de jogo por parte do City e pela manifesta capitalização dos dois erros defensivos cometidos pelos homens da casa.

Insatisfeito, Leonid Slutsky tratou de mexer ao intervalo com a entrada de Seydou Doumbia para o lugar de Alexei Berezutski. Apesar de não ter sido muito pressionante durante a primeira parte, Slutsky teve que alterar a geometria do meio-campo e arriscar com a saída do seu médio defensivo (passou Natcho para a sua posição, recuou Eremenko para a posição 10 e tirou Milanov da esquerda para a posição 8; Milanov rendeu muito mais nesta posição com a sua fabulosa capacidade de passe do que tinha rendido na esquerda; é um jogador que tem muitas dificuldades em criar desequilíbrios nas alas porque não tem 1×1) colocando Ahmed Musa na esquerda (na tentativa de inventariar um flanco esquerdo rápido com as subidas do lateral Schennikov) e Doumbia na frente de ataque, se bem, que em vários momentos da 2ª parte Doumbia trocou de posição com Musa para causar desgaste junto de Vincent Kompany.

Manuel Pellegrini deu a vitória como adquirida e, talvez menosprezando uma possível reacção do CSKA deverá ter pedido aos jogadores que adormecessem o jogo através da posse e circulação de bola no meio-campo adversário. Tal estratégia veio a provar-se como errada. A entrada de Doumbia e a passagem de Milanov para o centro do terreno vieram dar outra dinâmica ofensiva ao meio-campo da equipa da casa que paulatinamente viu ser-lhe atribuída a posse dentro do meio-campo dos ingleses. Doumbia foi um autêntico quebra cabeças quer para Fernando quer para os centrais. Se Kompany e Mangala demonstravam imensa segurança na anulação do avançado até aos 70″ quer através da recuperação de bolas sempre que este ou Musa tentavam um 1×1, quer no desarme limpinho e seguro, com muita ajuda de Pablo Zabaleta que, no flanco mais fraco do City limitou-se literalmente a praticar acções defensivas, pode-se dizer que a partir dos 70″, a partir do momento em que o City começou a perder o meio-campo (tornaram-se menos pressionantes, facto que levou Pellegrini a reforçar aquele sector do terreno com a entrada de Fernandinho aos 77″) dá-se um crescimento exponencial do CSKA, motivado pela redução da desvantagem aos 64″ num lance em que Eremenko furou o bloco defensivo do city com um passe a rasgar para a área aproveitando a desmarcação rápida de Musa perante a passividade de Kompany e Musa, na área, endossou de forma serena o esférico para o coração da área onde apareceu Doumbia a ser mais forte que Mangala.

A equipa do City tentou responder com mais velocidade no jogo e mais posse dentro do meio-campo russo. Silva deu a entender mais uma vez que estava ali para ajudar a construir o 3º da equipa e Pellegrini reagiu aos estimulos vindos da necessidade de matar a partida com uma substituição que visava refrescar o flanco direito com a entrada do vertical Jesus Navas, passando Milner para a esquerda. O médio-ala inglês não foi capaz de ganhar muitas batalhas individuais contra o assertivo (defensivamente) Schennikov.

Falsa ilusão…

O CSKA procurava mais que a derrota:
– aos 74″ Serguei Ignashevic esteve perto do empate. Livre batido na esquerda por Natcho, coloca a bola quase milimetricamente na cabeça do central Ignashevic num lance estudado. Caso tivesse chegado à bola, como estava solto de marcação, poderia ter ali feito o empate.
– dois minutos depois, nova bola colocada entre linhas do City pelo flanco direito (Mario Fernandes para Roman Eremenko) permitiu o remate ao avançado finlandês ao lado da baliza de Joe Hart. Num lance muito identico ao do primeiro golo da equipa da casa, Eremenko não tomou a melhor opção. Se tivesse rodado e visto a entrada de Musa e Doumbia teria feito uma jogada identica à que o nigeriano fez no lance do primeiro golo.
Até que, aos 84″, o golpe de teatro consumou-se com o lance que iria originar a grande penalidade convertida por Natcho. Belo cruzamento da esquerda em direcção a Seydou Doumbia (acabaria por ser substituído minutos mais tarde por causa de problemas físicos; foi alvo de algumas entradas duras no 2º tempo) e este, de forma inteligente, acusou o contacto defensivo de Kolarov para, na minha opinião, ludibriar o árbitro da partida e cavar uma grande penalidade, que, se fosse eu a ajuizar, jamais marcaria. O israelita Natcho converteu a grande penalidade e garantiu o primeiro ponto aos russos na competição.

Manuel Pellegrini ainda tentou reagir com a entrada de Stevan Jovetic nos minutos finais, mas, já era tarde para o montenegrino tentar amenizar os estragos. A equipa do CSKA até acabou por cima da partida, oferecendo-me a ilusão que se o jogo tivesse mais 10 minutos decerto o venceria.

Na alta competição a este nível todos os erros são aproveitados. Na Champions, nenhum treinador deverá dar um resultado como garantido. O City atrasou-se na corrida aos oitavos-de-final com o 2º empate da prova em 3 jogos (derrota em Munique) apesar de ter beneficiado da derrota da Roma frente ao Bayern. Será imperioso para a equipa de Manchester vencer o próximo encontro da contenda e esperar que o Bayern vença novamente a Roma no jogo que se irá disputar na Allianz-Arena.

 

O rei vai nu!

Ocorridas quase 24 horas da vergonha que aconteceu em Gelsenkirchen, não consigo de maneira nenhuma compreender a razão que tem motivado o silêncio da UEFA. Para uma instituição que apregoa aos sete ventos os valores do respeito e do fairplay no futebol, a omissão e a não-responsabilização dos actos cometidos que toda a europa repudiou e criticou, só me pode fazer concluir que no fim de contas, as bandeiras apregoadas por aquele organismo são puros clichés que só servem para serem inscritos nos galhardetes que são distribuídos nos jogos organizados pela instituição e prestar uma falsa mensagem a todos os agentes e adeptos.

O principal responsável da vergonha que se passou não é o árbitro da partida mas sim o próprio líder da UEFA, ao permitir que uma equipa participante na competição seja patrocinada pela mesma entidade que é uma das principais patrocinadoras da prova. Todos, inclusive, o árbitro da partida podem, dentro de algumas horas, dias, desculpabilizar-se pelos 3 erros cometidos em prejuízo do Sporting. Indesculpável será, para sempre, a promiscuidade existente entre o Schalke 04 e a organização do evento por uma via comum. O que aconteceu ao Sporting em Gelsenkirchen leva-me a uma pergunta básica, pergunta essa que deverá ser transversal à maioria dos adeptos de futebol em Portugal: até que ponto é que os patrocinadores da Champions League não são eles próprios o lobby interessado em delinear todas as fases da prova em prol do seu interesse próprio? Outras perguntas ocorreram-me de imediato na cabeça: e se o prejudicado fosse o Real Madrid ou o Bayern de Munique? Não teriam os dois clubes força necessária para conseguirem a repetição do jogo junto do organismo? As Federações Alemã e Espanhola não teriam tomado imediatamente uma posição forte junto do organismo ao invés de se manterem no silêncio como a Portuguesa? Valerá a pena para os clubes pequenos participar numa competição que está a ser completamente viciada em prol dos mais poderosos?

Michel Platini parece mais interessado em estragar o futebol com as suas visões loucas do que aplicar as modificações que o futebol moderno exige: para bem do futebol, a decisão humana dos árbitros de baliza, agentes susceptíveis pela condição humana de errar tantas ou mais vezes que o trio de arbitragem, deve ser modificada em prol da tecnologia e da fiabilidade do videoárbitro (nos mesmos moldes da sua bem sucedida aplicação em outras modalidades como o rugby). A promiscuidade de interesses não atinge apenas a relação entre jogadores, empresários e fundos. Concerne também a existência de patrocinadores comuns entre competições e clubes que disputam essas mesmas competições.

O Sporting Clube de Portugal pode queixar-se da subtracção de 4 pontos: um penalty que ficou por marcar em Alvalade frente ao Chelsea que poderia dar o empate ao clube português e os 3 pontos de Gelsenkirchen. Tomo portanto como ponto de partida para a derrota a própria expulsão de Maurício:
– O primeiro amarelo mostrado ao central brasileiro é justíssimo. O segundo amarelo é forçadíssimo. Se aquela carga por trás, longe da baliza, numa disputa pelo ar é passível de cartão amarelo, pois então, poucos centrais são aqueles que deverão por essa europa fora terminar os 90 minutos. Bruno Alves é o exemplo mais claro. Per Mertesacker (Arsenal), Leonardo Bonucci (Juventus), David Luiz (PSG) Sergio Busquets (Barcelona), Pepe (Real Madrid) e Omer Toprak (Leverkusen) são alguns dos centrais que abordam o mesmo tipo de lance com a mesma abordagem de Maurício. E quase sempre, nunca são sancionados com cartão nessas abordagens faltosas. Tudo isto me faz crer, tendo em conta a sólida exibição que Maurício estava a realizar, que Sergei Karasaev sabia perfeitamente que ia condicionar a excelente partida que o Sporting estava a realizar para equilibrar a contenda com a expulsão do central.
– No lance do segundo golo do Schalke, dou de barato pela posição de Huntelaar que é muito difícil ao assistente tirar o fora-de-jogo.- O lance do penalty é uma discussão disparatada e tendenciosa. O árbitro de baliza, responsável pela decisão, tinha o campo totalmente aberto para ver Jonathan Silva (de braços abertos e bem afastados da cabeça) cortar o esférico de forma legal.

Errar é humano. Cometer um erro é humano. Outra história é cometer 3 erros que beneficiam uma equipa. Outra história é, como pudemos observar, a falta de critério de Sergei Karasev. Numa falta vulgar como a de Maurício, praticada por tantos sem consequências disciplinares, o russo não teve pejo em expulsar. Em dois outros lances perigosos passíveis de amarelo, em um não marcou uma falta à entrada da área de Nani e noutro (falta dura de Sarr sobre Obasi na direita) marcou falta mas não sancionou o lateral do Sporting com o devido amarelo. Nas faltas a meio-campo do Schalke, algumas delas a travar iniciativas em contra-ataque, nenhum cartão saiu do bolso do árbitro russo para fazer cumprir as leis do jogo e as indicações da UEFA para essas circunstâncias do jogo.

A equipa leonina está de parabéns pelo jogo que realizou. Com 11 jogadores em campo, foi uma equipa muito organizada defensivamente, bem posicionada quando quis pressionar alto e condicionar a saída de jogo por parte dos centrais e do trinco Neustadter, capaz de recuperar muitas bolas a meio-campo e de suster a pressão exercida pela equipa alemã após o golo do Nani. Ofensivamente, circulou muito bem o esférico e teve a sorte de atingir o primeiro golo da partida num canto.

Depois da expulsão de Maurício, o Sporting voltou a provar que com menos 1 unidade consegue jogar para ganhar em qualquer campo do mundo. A equipa voltou a comportar-se de acordo com a tónica que tem sido desenvolvido por Marco Silva: mostrou resiliência e fé quando em desvantagem, organização, ambição (quando tentou pressionar alto) e cautela quando não tirava partido da pressão alta, descendo imediatamente as linhas para se reorganizar no seu meio-campo e tentar travar da maneira possível os ataques da equipa germânica. Patrício comete um erro imperdoável no primeiro golo, William não estava bem posicionado na jogada que deu o segundo e os centrais do Sporting estavam a dormir no lance do terceiro ao deixar Howedes cabecear à vontade. No entanto, a equipa de Marco Silva foi à luta. Adrien e William fizeram um jogo excepcional. Para além de terem aguentado o meio-campo com firmeza e insustentável cansaço nos minutos finais da partida, ainda tiveram forças para ir lá à frente fazer jogar, pressionar e apontar o golo que daria um pontinho precioso à equipa (no caso de Adrien). Carillo e Nani fecharam as alas como puderam e o peruano foi uma das unidades mais in do Sporting. Quando a equipa parecia não ter forças para reagir, o peruano sempre que teve bola na esquerda ou na direita manifestou garra para correr com a bola na sua posse e driblar os defensivamente fracos laterais do Schalke. Nani poderia ter feito melhor em várias situações: quando o jogo estava 2-3 poderia ter aproveitado um lance no qual entra na área mas não conseguiu ser expedito a rematar.

Aplausos também para as exibições de Cedric (falhou apenas no lance do segundo golo mas acertou em cheio no cruzamento para o 2º poste no golo de Adrien) e Jonathan Silva. O jovem argentino tem um futuro promissor pela frente. Aguentou Obasi como pode (não é fácil defender este nigeriano pela simplicidade como usa e abusa da sua rapidez para ganhar a linha de fundo) e conseguiu ter forças para subir no terreno, executar venenosos cruzamentos para a baliza de Fahrmann e ainda pressionar no último terço nos momentos em que a defensiva do Schalke aliviava bolas para o seu flanco, de modo a recuperar rapidamente a bola e executar uma nova vaga para a área. Paulo Oliveira e Sarr também fizeram interessantes exibições: o primeiro não teve medo de Huntelaar e o francês juntou à capacidade de sair bem a jogar quando a equipa precisou que ele conduzisse o esférico, 2 ou 3 cortes providenciais que evitaram males maiores.

Freddy Montero não tem de forma alguma o poder de choque de Slimani. O colombiano correu muito, pressionou muito e sempre que a equipa tentou colocar-lhe a bola em desespero soube estar no sítio certo para a receber e endossar de imediato para um companheiro sob pressão. Não tenho a menor dúvida em afirmar que se o Sporting tivesse o argelino em campo na altura do 3-3, uma ou duas bolas bem colocadas para a área do Schalke poderiam ter dado a vitória.

Quanto à equipa do Schalke, confesso que esperava mais. A solidez defensiva deixa a desejar. Dois laterais muito fracos do ponto de vista defensivo, facilmente permeáveis no 1×1. Benedikt Howedes é o único da defensiva que mantem a concentração durante os 90 minutos. Nas alas, é só potência de contra-ataque. Tanto Draxler pela esquerda como Obasi pela direita são jogadores que gostam de ter bola em transições rápidas: o alemão quase sempre tenta flectir para o meio em velocidade de forma a tentar desmarcar Huntelaar (quase sempre em fora-de-jogo. O holandês faz um truque de ilusão que engana os assistentes, colocando-se quase sempre à frente da linha defensiva num primeiro momento para num segundo momento, aquando do passe recuar rapidamente e dar a sensação que estava em linha) enquanto o nigeriano é um jogador vertical que, como referi, usa e abusa da velocidade para passar pelos adversários. Qualquer lateral com rapidez de movimentos e agilidade e uma marcação cerrada que não permita espaço ao nigeriano para colocar o seu drible, anula-o facilmente. Kevin-Prince Boateng é uma anedota daquilo que era nos tempos do Milan. Neustadter é um jogador interessante mas não é totalmente ineficaz no passe. Max Meyer esteve pouco tempo em jogo para mostrar aquilo que é: um 10 puro, fantasista. Os ausentes Joel Matip, Leon Goretzka, Jefferon Farfán e Tranquilo Barnetta dão outra consistência defensiva e ofensiva à equipa: o camaronês é fortíssimo no jogo aéreo, o internacional alemão cobre mais espaços que Hoger e dá outra dinâmica à circulação de bola e pensamento ofensivo da equipa, o peruano é dotado de recursos técnicos que Chinedu Obasi não possui e o internacional suiço é um jogador que acrescenta mais poder de fogo de meia-distância ao ataque da equipa orientada por Roberto Di Matteo.

As contas são fáceis de fazer. Sendo realista, o Sporting precisa de bater o Schalke em Alvalade (a equipa demonstrou argumentos que me fazem acreditar que esse será o desfecho final do jogo de Alvalade) e precisa que aconteça um de dois cenários:
– vence o Maribor e o Chelsea em Stamford Bridge e espera que o Schalke escorregue na deslocação à Eslovénia ou na deslocação a Inglaterra.
– vencendo o Schalke, vence o Maribor e espera que os alemães não consigam melhor que 1 ponto nessas duas deslocações. Imperiosa será a vitória frente aos alemães daqui a duas semanas.

38º aniversário do debutante Maradona

Diego Armando Maradona

O próprio fez questão de assinalar a efeméride na sua página nas redes sociais. Ontem completaram-se 38 anos da sua estreia enquanto sénior, no Argentinos Juniores, aos 15 anos, 11 meses e 10 dias. Foi o início de uma viagem louca pela carreira daquele que considero ter sido o melhor jogador de sempre e que desde pequenino, graças às cassetes que o meu pai possuía de jogos que um amigo lhe ia gravando através dos canais de antena parabólica, quer do Barça, quer do Napoli, fui apreciando. Quando era miúdo vi vezes sem conta essas dezenas de cassetes. Vi cada momento do craque até à exaustão, guardando na memória aquela celébre eliminatória da UEFA em que o Napoli de Maradona jogou contra o Sporting na campanha de 89\90 e o argentino até desperdiçou uma grande penalidade na decisão de Napoli, apesar da passagem do Napoli, que garantiu 100 dólares pagos pelo craque ao argentino ao guarda-redes do Sporting Tomislav Ivkovic, graças a uma aposta feita entre os dois.

O dia 20 de Outubro de 1976 ficará eternamente gravado na memória colectiva do futebol mundial como o dia em que o excesso saiu à rua. O excesso de brilhantismo, o excesso de ego, o excesso também de humildade (desde pequenino que o chavo nascido e criado na Villa Miseria de Villa Fiorito proclamou que o seu maior sonho era ser jogador de futebol e vencer o título mundial pela Selecção Argentina, coisa que fez em 1986, não fez em 1978 porque Luis Cesar Menotti o considerava demasiado jovem para aguentar a pressão de jogar um mundial tão importante para o país em casa, não o conseguiu em 1990 porque Andreas Brehme tirou de penalty uma vitória merecida aos argentinos e não o voltaria a fazer em 1994 num mundial de má memória para o próprio depois de ter sido suspenso por acusar uma substância dopante ainda na fase-de-grupos), o excesso de golos e jogadas bonitas, o excesso de simpatia pelas causas do povo de Napoli, pela causa socialista (Maradona é amigo íntimo e confesso apoiante de Fidel Castro e do regime Cubano) e, o excesso dos excessos com as drogas.

maradona 3

A carreira de Maradona é um carrossel vivo. Desde a experiência falhada em Barcelona, a primeira conquista do scudetto pelo Napoli tornando-se assim o primeiro clube a Sul de Roma a consegui-lo na história de um futebol dominado claramente pelos interesses dos clubes do Norte, a suspensão por uso de doping, os problemas criados pela dependência de cocaína, a mão de Deus, a vitória categórica no Mundial de 1986 e o fim da carreira no Boca já em meados dos anos 90. Diego Armando Maradona é um mundo à parte no interior do próprio mundo.

 

Documentário de Emir Kosturica, intitulado “Maradona” (completo).

 

breves #30

Liga dos Campeões 1 – São esperados 2500 adeptos do Athletic de Bilbao na Invicta para assistir à partida que irá opor a equipa portuguesa à equipa basca. Nas imagens televisivas que vi há pouco no telejornal da SIC vi que em duas partes distintas da cidade do Porto, as esplanadas dos cafés e restaurantes estavam repletas de simpáticos adeptos daquele clube do País Basco.

FC Porto – A SAD portista anunciou que a equipa de futebol terá um novo patrocínio nas camisolas na próxima temporada. A PT irá deixar de patrocinar a equipa em Junho de 2015. O patrocínio da PT, renovado em 2011, garantia aos cofres do clube da invicta um pacote mínimo de 14,6 milhões de euros por 4 temporadas, acrescido de prémios adicionais variáveis dependentes da performance desportiva da equipa. O Novo Banco também irá reformular a sua posição como Sponsor. O administrador da SAD Portista reiterou que as fontes de financiamento da SAD portista no dito banco continuam irrepreensíveis, ao contrário do Benfica, cuja conta caucionada de 70 milhões foi fechada por decisão de Vitor Bento, entretando demitido do banco por iniciativa própria.

FC Porto 2A SAD do Porto apresentou o relatório de contas respeitante ao exercício desportivo 13\14. Esta pode ser consultada em detalhe no site da CMVM. O administrador dos Dragões explicou o insucesso financeiro da época transacta pelo facto das vendas de Mangala e Defour só se terem realizado após 30 de Junho devido ao Mundial, pelo facto de não ter sido contabilizada uma receita de 10 milhões da Liga dos Campeões pelo facto do clube não ter entrado directamente na prova e pela redução de proveitos operacionais (receitas). O capital próprio dos dragões também desceu para números negativos, daí que se tenha justificado o recurso a um fundo de investimento para arrecadar parte do valor investido na contratação de Brahimi por exemplo.

UEFA Youth League – Os sub-19 do Porto somaram o 2º triunfo na fase-de-grupos da prova ao baterem o Athletic de Bilbao por 2-0. Os dragões lideram o seu grupo com 7 pontos e só precisam de vencer o Athletic em Espanha dentro de duas semanas para garantirem o apuramento para os oitavos de final. Em Gelsenkirchen, a equipa do Sporting perdeu por 3-0 frente ao Schalke e terá obrigatoriamente que vencer os 3 jogos que lhe restam para ter hipóteses de se apurar.

di matteo

Liga dos Campeões 2 – O novo treinador do Schalke é o italiano Roberto DiMatteo, treinador que já obteve uma vitória na prova em 2012 ao serviço do Chelsea. O treinador italiano afirmou na conferência de imprensa de antevisão ao jogo que espera encontrar um “Sporting a alinhar em 4x3x3 com uma cuidada circulação de bola e muito perigo vindo de acções individuais”. Interrogado sobre o facto de já ter vencido a prova por uma vez enquanto treinador, o antigo internacional italiano afirmou que “já não pensa nisso” porque “é passado e já lá vai”.

Cedric\Mais Futebol – Oportuno, a redacção do Mais Futebol brindou-nos hoje com uma interessante reportagem sobre Cedric no seu regresso à cidade onde nasceu: Gelsenkirchen. Para ler.

Bayern de Munique – Continua a pesca da equipa bávara em Dortmund. Depois de Gotze e Lewandowski, Karl-Heinze Rummenigge, novo presidente do Bayern, afirmou que o clube estará disposto a bater a clásula de 25 milhões de euros que está prevista para o final da próxima temporada no contrato de Marco Reus. Real, Arsenal, Barcelona, City e Juventus também estão de olho na possibilidade de poderem contratar o jogador por essa via.

UEFA – Michel Platini esteve presente durante esta manhã em Roma na reunião de Ministros do Desporto (o Estado Português foi representado pelo Secretário de Estado Emídio Guerreiro) para falar com os ministros do sector dos 28 sobre as novas regras do Fair Play Financeiro da UEFA. Segundo os rumores que correm na imprensa mundial, o líder da UEFA pediu aos mesmos e ao novo comissário europeu responsável pela pasta do Desporto que auxiliassem o organismo que preside a lutar pela proibição dos fundos de investimento no futebol através da criação de legislação europeia ou até nacional que proíba a sua actuação no espaço europeu ou nacional.

mannone

Sunderland – O guarda-redes italiano Vito Mannone foi a voz do descontentamento numa atitude que é tantas vezes repetida em situações análogas no futebol inglês. O guardião afirmou que irá falar com os seus colegas para “pagarmos o valor dos bilhetes e das viagens até Southampton. É difícil para nós, mas para eles também. Atirámos a toalha ao chão depois de sofrermos o primeiro golo. Perdemos por 8-0, mas não perdemos oito jogos por 1-0. Vamos aguentar esta derrota e seguir em frente”

Liga dos Campeões 3 – Dentro de hora e meia inicia-se o primeiro jogo da jornada de hoje. O CSKA recebe em Moscovo, em campo neutro (Estádio Khimki) à porta fechada (2º jogo de castigo dos 3 impostos pela UEFA após os desacatos de Roma na primeira jornada da fase-de-grupos).

Harry Redknapp\Adel Taarabt – O jogador marroquino não tem sido opção no QPR, último classificado da Premier League com apenas 4 pontos conquistados em 8 jornadas. O veterano treinador arrasou o jogador no final da partida contra o Liverpool: “Taarabt não está lesionado. Ele não está em forma. Não apresenta condição física que lhe permita jogar futebol. Ele jogou nas reservas recentemente e eu consigo correr mais do que ele. Não posso apostar nele. Não posso continuar a proteger pessoas que não querem correr ou treinar, que estão 19 quilos a mais. O que posso continuar a dizer, continuem a ganhar 60 ou 70 mil libras por semana e não treinem?”

Luis Suárez – O avançado do Barcelona explicou em declarações ao Sport que temeu pela sua carreira nos dias a que se seguiram à célebre mordidela em Chiellini. O uruguaio afirmou que se retirou com a família, reflectiu e pediu perdão pelo sucedido. Temeu que o Barcelona recuasse na sua contratação, mostrando-se muito feliz pelos catalães não o terem feito.

Chievo Verona – A derrota com a Roma por 3-0 ditou o afastamento de Eugénio Corini, histórico jogador do clube, do comando técnico da equipa. Rolando Maran é o novo treinador da equipa que se encontra em 18º lugar da Série A, o primeiro da despromoção, e de um plantel que conta com as presenças de jogadores como os guarda-redes Francesco Bardi ou veterano (ex-Real Madrid) Albano Bizarri, os centrais Dario Dainelli e Alessandro Gamberini, o esloveno Valter Birsa, o agressivo finlandês Perperim Hetemaj, os argentinos Ezequiel Schelotto e Maxi Lopez ou os avançados Sergio Pelissier e Alberto Paloschi.

Bruno Alves –

O presidente do Fenerbahce Aziz Yildrim mostrou-se furioso com a expulsão de Bruno Alves no derby de Istambul frente ao Galatasaray devido à entrada bárbara tão habitual no central português sobre o suiço Blerim Dzemaili. A expulsão do português ajudou à derrota por 1-0 frente ao eterno rival com golo do “insatisfeito” Wesley Sneijder. O incidente motivará, segundo o presidente do Fenerbahce, uma multa pesada para evitar novos actos de indisciplina dentro do clube.

Messi recusa-se a ser substituído

Primeira derrota para o novo treinador do Barcelona. Desde o primeiro dia no comando técnico do clube que Luis Enrique afirmou que iria fazer uma rotação natural do plantel e que todos os jogadores da equipa participariam nessa rotação. Nos primeiros jogos da temporada, Luis Enrique não se coibiu de não convocar Daniel Alves ou Neymar, poupando-os quando entendeu que fisicamente os jogadores precisavam de descansar e que o rendimento da equipa precisava de ser fomentado graças à competitividade que a rotação (desde que devidamente controlada) promove.

Ao minuto 76 do jogo contra o Eibar, o técnico pediu a Messi que saísse do terreno de jogo e se sentasse no banco. O argentino disse não e o treinador catalão ficou deveras apreensivo com a atitude do seu jogador. A relutância demonstrada pelo jogador é uma autêntica dor-de-cabeça para o treinador. Ao não concordar com a sua escolha, o jogador retirou o grau de autoridade que o treinador deverá sempre ter sobre a equipa. Contudo, Luis Enrique não poderá recuperar a autoridade perdida com a aplicação de um castigo ao argentino porque tal cenário é, em primeiro lugar, pela dimensão do jogador no clube catalão, inexequível, em segundo lugar, pelo seu rendimento, também inexequível e em terceiro lugar, um acto passível de provocar descontentamento no jogador e instabilidade no balneário.

Tempos e Resultados – Ligas Europeias

La Liga

Em Espanha, toda a gente já está a fervilhar por causa do clássico da próxima jornada. No Warm-Up para o grande jogo do próximo fim-de-semana, Ronaldo voltou a superar-se no Cidade de Valência na goleada infligida pelo Real ao Levante enquanto Messi marcou na vitória folgada do Barcelona frente ao Eibar por 3-o e encurtou para 2 golos a distância que o separa do recorde do histórico Telmo Zarra. Caso marque 2 ou 3 golos no Bernabéu, Messi poderá até parar a partida por breves momentos para ser homenageado como co-detentor do record de golos na Liga Espanhola ou até detentor do novo recorde a bater. Pelo meio, o Real terá que receber o Liverpool para a Champions assim como o Barcelona terá que disputar também uma partida. Nada que tire o sono a Ancelotti e seus pares dado o percurso mediocre que os Reds tem vindo a executar neste início de temporada. O clássico está definitivamente na cabeça de madridistas e catalães.

O maior destaque da 8ª Jornada da Liga Espanhola foi a vitória do Deportivo sobre o ascendente Valência no Riazor. A equipa de Victor Fernandez fez uma primeira parte de sonho, mostrando ter espantado durante as duas semanas de pausa toda a insegurança defensiva que vinha demonstrando até então. Aproveitando as falhas da defensiva e do meio-campo Valenciano, na hora de atirar à baliza, os Galegos não perdoaram e puseram na tabela classificativa a primeira mancha no percurso imaculado da equipa de Nuno Espírito Santo. O treinador português tratou de afirmar na conferência de imprensa que a “equipa não perderá duas vezes seguidas”.

Fortíssimo continua o Sevilla. A equipa de Unai Emery aproveitou a derrota do Valência para ascender à 2ª posição do campeonato a 3 pontos do Barça. Carlos Bacca e Kevin Gameiro deram a vitória por 2-0 no terreno do levante.
Para Lopetegui ver foi o empate do Athletic no San Mamés a 1 bola frente ao Celta de Vigo. Aduriz colocou os bascos na liderança aos 6″. Nolito empatou na 2ª parte.
Com dois golos no El Madrigal, o internacional Nigeriano Uche colocou o Villareal de Marcelino Garcial Toral em lugares europeus. Sem ganhar continua o Córdoba.

liga espanhola 4

Na próxima jornada teremos o clássico. Real Madrid e Barcelona defrontam-se no Bernabéu no Sábado pelas 17 horas (hora portuguesa). O Valência recebe o Elche, o Sevilla recebe o Villareal e o Atlético fará uma curta deslocação aos arredores para defrontar o Getafe no Coliseum Alfonso Perez.

Málaga e Rayo Vallecano defrontam-se no Rosaleda. Em caso de vitória de uma das equipas e derrota do Villareal ou Celta, uma delas poderá ascender aos lugares europeus. Prevê-se uma luta interessante pelo 6º lugar na Liga Espanhola entre estas equipas e, possivelmente a Real Sociedad e Athletic de Bilbao se ambas começarem a inverter os péssimos resultados que tem realizado. São duas equipas com enorme valor que tem capacidade para mais.

Premier League

liga inglesa 3

No campeonato de terras de Sua Majestade, os 3 da frente à partida para a 8ª jornada venceram os seus desafios. West Ham e Liverpool também venceram, reaproximando-se da frente e aproveitando para ultrapassar o Manchester United que não foi além de um empate em Birmingham perante o West Bromwich Albion de Silvestre Varela e Georgios Samaras. O Arsenal voltou a baquear, desta vez em casa frente ao Hull. Recapitulemos:

Jogo com muitas cores e muitos sabores. O Manchester City vs Tottenham tinha tudo para ser um daqueles jogos épicos que só a Liga Inglesa nos consegue proporcionar. Pressão asfixiante (melhor, rolo ofensivo) do Manchester City tanto no ataque como a pressão à saída da bola do Tottenham garantiu o primeiro golo. Yaya Touré na encruzilhada quase sempre. Um erro crasso de Fernando permitiu aos homens de Pocchettino restabelecer o empate logo a seguir por Christian Eriksen. Já sonhava com um 3-3 ou um 4-4 ou um 4-5 para o Tottenham.

Até que dois penaltis assinalados por John Moss (o primeiro deles é completamente inventado pelo árbitro) deram a Kun Aguero uma tarde de sonho no Emirates com um poker e com a liderança (partilhada) da lista de melhores marcadores da competição com Diego Costa. Ambos tem 9 golos apontados em 8 jornadas.

Quando me disseram por sms não queria acreditar. Ronald Koeman está a fazer um bom trabalho no Saint Mary´s Stadium mas, o Sunderland não é o Boavista. Tem John O´Shea, Vito Mannone, Wes Brown, Leonardo Vergini, Sebastien Coates, Lee Cattermole (um dos mais duros trincos do futebol britânico), Sebastian Larsson, Jack Rodwell, Adam Johnson, Ricky Alvarez, Emmanuele Giaccherini, Steven Fletcher, Danny Graham, Jozy Altidore. Em suma, um plantel cheio de internacionais, maior parte deles veteranos nestas andanças e com qualidade à brava para fazer um campeonato tranquilo.

8ª jornada, 8 pontos do Sunderland, 8 golos marcados, no dia dez(oito). Parecia destinado a ser uma tarde de glória para os Black Cats de Ronald Koeman, Graziano Pellè, José Fonte, Victor Wanyama, Morgan Schneiderlin, Dusan Tadic e Sadió Mane. 8-0 sem espinhas a uma equipa sem alma durante os 90 minutos. O holandês está a realizar um trabalho formidável com uma equipa que foi reconstruída de novo (dos 14 participantes do lado dos Black Cats, 7 são reforços da equipa para esta temporada) e arrisca-se a criar uma expectativa enorme junto da massa adepta do clube: no 3º lugar a 6 pontos da liderança com 3 de avanço sobre West Ham, 4 sobre Liverpool, 6 sobre o United sem que o United de Van Gaal e o Liverpool de Rodgers tenham um trajecto vitorioso continuo no tempo e 5 sobre o Arsenal que tarda em encontrar-se em jogos a contar para a Premier League, é absolutamente normal que os adeptos do Southampton, dada a qualidade da equipa, comecem a acreditar que é possível voltar a fazer história e lutar pela Champions League.

Impróprio para cardíacos. Quando Eduardo Vargas fez o empate naquela jogada linda, Harry Redknapp levantou os braços porque pensava que se tratava do golo que iria ditar um empate… Muito longe disso! O árabe do video fartou-se de gritar pelo Mario (Balotelli) mas quem haveria de dar a vitória ao Liverpool seria Steven Caulker, num dia muito azarado para a turma londrina. 4 golos em 8 minutos! Final de loucos!

Só ao 24º jogo pelo United, na 2ª época ao serviço do clube, veríamos o melhor de Marouane Fellaini pelo Manchester United. O belga apontou o seu primeiro golo pelo clube mas, tal golo, assim como o golo apontado por Daley Blind aos 87″ apenas seriam suficientes para impedir a derrota no Haythorns frente ao WBA. Silvestre Varela não constou na lista de convocados da equipa inglesa.

Na próxima jornada, a 9ª, teremos como grande jogo da jornada a recepção do Manchester United ao Chelsea na tarde de domingo pelas 16h. A equipa de Van Gaal terá forçosamente que ganhar se quiser ter algumas aspirações ao título inglês nesta temporada. Terá uma semana para preparar o jogo ao invés do Chelsea que, como se sabe, amanhã defrontará o Maribor em Stamford Bridge para a Champions League. Mourinho deverá utilizar a partida para rodar jogadores com menos minutos de jogo de forma a fazer a gestão de plantel que se adequa a este nível de competição.

O Manchester City terá uma difícil deslocação a Londres para enfrentar um moralizado West Ham. Podem dizer o que disserem deste futebol musculado de Sam Allardyce bem ao estilo britânico. Tem resultado. O Liverpool recebe o Hull City. A equipa de Jelavic já provou ser capaz de se bater taco a taco com qualquer equipa do campeonato. Ao Arsenal tentará regressar às vitórias no terreno do desmoralizado Sunderland, capitalizando os estragos que a goleada sofrida em Southampton possam ter feito no balneário comandado pelo uruguaio Gus Poyet. O Tottenham recebe o Newcastle com olhos num lugar europeu.

A amizade de Duque com Luis Filipe Vieira

Luis Filipe Vieira 1

Luis Filipe Vieira 2

A 27 de Julho, relatava na edição online do Jornal Record o jornalista António Magalhães, o diálogo mantido por Luis Filipe Vieira e Luis Duque no final da partida de Alvalade (vitória por 1-0 do Sporting com um golo de penalty), diálogo que deu azo na altura à abertura de um processo disciplinar por parte dos leões junto do Conselho de Disciplina da Liga.

Como é evidente pelo diálogo mantido, a linguagem pertence naturalmente a Vieira, espoliado então na partida com um penalty inexistente de Luisão sobre Ricky Van Wolfswinkel que teve o infeliz condão (pelo erro de arbitragem cometido) de materializar uma vitória justa (pelo caudal ofensivo demonstrado pelo Sporting nessa partida) do Sporting sobre o Benfica. Esse jogo ficou, como podem ver pelo video, marcado por uma exibição enormíssima de Quim e pelo afastamento dos encarnados do título português, o primeiro de Vitor Pereira no FCP.
Tomando em consideração a linguagem de Vieira, o “chulo”, o “bandido”, o “amigo” de escolha de árbitros (um dia Duque também será indiciado num processo por causa de certos actos cometidos juntamente com Paulo Pereira Cristóvão) e de manipulação de resultados, é hoje um amigo da onça, ávido a conseguir re-orientar a sua acção no futebol português pela mão de quem outrora o insultou, juntamente com o seu “amigo” do Norte. Mário de Figueiredo é de facto alguém tão poderoso e tão importante, ao ponto de, qual bússola, indicar o mesmo Norte aos dois grandes rivais do futebol português.

Crónica #20 – Atlético de Madrid 2-0 Espanyol

Arranjar bons highlights da Liga Espanhola é das coisas mais fáceis que um blogger desta área temática tem à disposição no Youtube. A Liga Espanhola disponibiliza através do seu canal próprio os highlights detalhados de quase todas as suas partidas da prova. Basta procurar o canal de Youtube “La Liga”.

Como é hábito na Liga Espanhola desde há 2\3 anos para cá, disputou-se mais um jogo da jornada (a 8ª) ao meio-dia local (11 horas em Portugal ) cabendo neste fim-de-semana, fruto dos acordos comerciais de transmissão televisiva que a Liga de Clubes Espanhola tem com o mercado audiovisual do Sudeste Asiático (o jogo da manhã de domingo passa em horário nobre em países como a China e o Japão) ao Atlético de Madrid e Espanyol a disputar a partida no referido horário.

Jogo de sentido único durante os 90 minutos, com clara supremacia do Atlético perante uma equipa do Espanyol que se limitou a defender durante a primeira parte, construíndo apenas 1 lance de perigo durante os 90 minutos.

Diego Simeone não podia contar com um jogador para a partida. Castigado depois de ter sido expulso na última partida a contar para a Liga em Valência, Alessio Cerci viu o jogo da bancada. Miranda foi poupado devido ao facto de ter chegado tarde a Madrid da digressão do escrete na Ásia (jogos contra a Argentina na China e contra o Japão em Singapura já na quarta de manhã). Para o seu lugar Simeone escolheu o central uruguaio José Maria Giménez para fazer dupla com o seu compatriota Diego Godin no eixo da defensiva colchonera. Tiago cumpriu apenas 53″ minutos em campo, fazendo uma excelente exibição apesar da substituição no início da 2ª parte, que apenas se justifica pelo facto do português ter alinhado os dois jogos pela selecção num curto espaço de tempo e, aos 33 anos, já não ser um jogador, como o próprio admite para fazer 90 minutos de 3 em 3 dias. O português contribuiu mais uma vez para o equilíbrio defensivo da equipa madridista, recuperando muitas bolas a meio-campo. Revelou também como é hábito nas suas exibições muita segurança no passe, realizando, segundo a estatística fornecida pela Liga, 43 passes certos em 49 tentativas nos 53 minutos em que esteve em campo. Marcou o primeiro golo da partida ao cair do pano do primeiro tempo, desbloqueando um jogo que até então estava a ser bastante difícil para a equipa rojiblanca pela atitude defensiva demonstrada pelo Espanyol no primeiro tempo.

Já Sérgio Gonzalez (antigo médio do Espanyol, Deportivo e Selecção Espanhola, agora treinador do Espanyol) não pode contar com 3 jogadores influentes na equipa para esta partida: o médio Abraham, o médio ala Victor Sanchez e o defesa-central internacional mexicano Hector Moreno.

Com um começo algo atribulado, o campeão em título entrou em campo pressionado de antemão pelas vitórias conseguidas por Real Madrid e Barcelona no dia anterior. A equipa de Simeone não poderia de maneira alguma perder mais pontos para as outras duas superpotências do campeonato espanhol.
Foi isso que a equipa orientada pelo técnico argentino fez: atacar de início para marcar cedo e gerir a vitória. Contudo, não seria fácil marcar cedo na partida, apesar da primeira oportunidade de golo ter surgido logo aos 2 minutos através de um canto na direita no qual Gabi bateu com algum veneno para a pequena-área onde apareceu Arda a atirar para uma defesa enorme de Kiko Casilla por instinto. A bola ainda sobrou para Mario Mandzukic. Perante a pressão de um opositor tentou emendar mas não conseguiu. Aproveitando algum desposicionamento dos laterais do Espanyol nas alas (Javi Lopez e Victor Alvarez) a equipa de Simeone, em ataque organizado durante a primeira parte dado o bloco baixo aplicado pelo Espanyol, tentou usar os corredores laterais (Ansaldi muito subido no terreno na esquerda; Juanfran bem apoiado na direita por Koke, Gabi ou Raúl Garcia; muita troca posicional entre os homens do meio-campo de Simeone) para colocar bolas na área em cruzamentos muito bem medidos que tanto Diego Colotto como Alvaro Gonzalez conseguiam afastar com eficácia, ou, Mario Mandzukic acabava por desperdiçar cometendo muitas faltas sobre os defensores da equipa de Barcelona.

Desde logo se percebeu que o Espanyol vinha ao Calderón jogar para o empate. Na 1ª parte, a equipa de Sérgio Gonzalez conseguiu articular uma defesa profunda no seu meio-campo, pressionante e mostrou apetência para lutar pela bola e sair em transições em velocidade. Na única transição em contra-ataque que conseguiram meter na partida com relativa facilidade concedida pelo meio-campo colchonero, Sérgio Garcia ganhou a bola na esquerda, passou por dois adversários e serviu ao 2º poste com um cruzamento tenso Lucas Vázquez. O jovem espanhol emprestado pelo Real Madrid atirou para defesa de Moya. A partir daí, o Espanyol não viria a criar perigo de maior para a baliza do guardião do Atlético. Lucas Vazquez foi uma das unidades mais agradáveis na péssima exibição da equipa de Barcelona. O jovem de 23 anos é um jogador muito rápido, muito explosivo e bom no 1×1. Peca apenas por não soltar a bola a tempo quando se coloca em dribles pelo meio-campo, perdendo algumas bolas que depois resultam em contra-ataques perigosos da equipa adversária.

Depois desse lance, até aos 43″ só daria Atlético de Madrid. As ocasiões sucederam-se:
– aos 15″ Koke ensaiou o remate de meia-distância. A bola saiu tensa dos seus pés, obrigando Kiko Casilla a defender para canto.
– aos 16″ Gabi tentou assistir da direita Raúl Garcia na área. O internacional espanhol tentou um pontapé de moínho que saiu ao lado da baliza de Casilla. Este controlou o lance mas quase foi traído pelo golpe de vista.Em ataque organizado, a equipa do Atlético sentia algumas dificuldades para furar a linha média bem articulada que o meio-campo do Espanyol dispunha no seu meio-campo. Sem conseguir jogar entre linhas, Raúl Garcia era obrigado a vir atrás buscar jogo ao meio-campo e Simeone sentiu necessidade de colocar Koke no miolo, fazendo cair Gabi para a direita do terreno (Sérgio Garcia apercebeu-se da inferioridade numérica e mandou colocar 3 jogadores a fechar aquele flanco; Javi Fuentes ajudou o lateral e o ala a fechar o flanco) e Arda para a esquerda, ,local onde também caiu muitas vezes Mandzukic. O Atlético voltava a carregar:
– aos 33″, quando a equipa de madrid já aparentava algum nervosismo por estar a carregar com vários cruzamentos para Mandzukic que Colotto conseguia cortar de forma eficaz, Koke trocou as voltas a Victor Alvarez com uma simulação na qual deu entender ao lateral que iria cruzar, mantendo o esférico por mais alguns segundos na sua posse, cruzou finalmente e Kiko Casilla com uma saída longa quase até ao limite da grande área quase comprometeu perante a pressão e cabeceamento de Mandzukic. Contudo, o árbitro Vicandi Garrido já tinha assinalado falta do avançado croata sobre o guarda-redes recentemente convocado para a selecção Espanhola. Casilla é desejado tanto por Real Madrid como por Atlético. Simeone andará por estes dias algo descontente com o facto de ter gasto imensos milhões nas contratações de Oblak e Miguel Angel Moya e nenhum dos dois estar a ter um rendimento satisfatório. Fala-se na imprensa inglesa que Simeone pediu à direcção de Enrique Cerezo Petr Cech na reabertura do mercado em Janeiro. Kiko Casilla tem demonstrado ser o guarda-redes mais in da Liga durante esta temporada. Muito seguro entre os postes, com grandes reflexos, algo extemporâneo a sair fora deles, mas, muito destemido e eficaz quando é chamado a socar com os punhos bolas divididas ou bolas que levam sucessivos cabeceamentos na área sem que a sua defesa alivie prontamente o esférico.
– Aos 40″ Raúl Garcia tentou rematar da meia-lua com a bola a sair ligeiramente ao lado da baliza da equipa de Barcelona.

Água mole em pedra dura, tanto bate…

Foi o que aconteceu ao minuto 43″ com o golo de Tiago. Um primeiro canto de Gabi tinha deixado a ameaça. Cabeceamento de José Giménez para nova defesa por instinto de Casilla. Novo canto. Canto curto batido por Gabi para Raúl Garcia que vem às imediações da área recolher a bola e tentar um cruzamento rasteiro tenso que Casilla defende para a frente, depois de uma dividida, Garcia fica com a posse do esférico, dá para trás e Gabi coloca a bola com precisão na cabeça de Tiago que disfere um poderoso cabeceamento arqueado que Casilla não tem qualquer hipótese de defender. Estava feito o 1-0 mesmo ao cair do pano. Merecedíssimo para a primeira parte realizada pela equipa da casa.

Estatísticas de intervalo:
-Tiago e Arda – passe – 32\40 para o português, 32\42 para o turco. Razoável eficácia. A bola passou sempre pelo português.

Na 2ª parte, o Espanyol tentou subir as suas linhas e colocar mais velocidade nas transições. Apesar dos jogadores do ataque do Espanyol terem conseguido executar algumas circulações de bola à entrada da área com passes efectivos e constantes combinações, os defensores do Atlético de Madrid nunca deixaram que a equipa catalã causasse perigo para a baliza de Moya.
Tiago cometeu 3 faltas nos primeiros 5 minutos. Simeone tratou de refrescar aquela posição com a entrada de Mário Suarez aos 53″. O espanhol não comprometeu defensivamente, mantendo o mesmo equilíbrio que Tiago tinha conseguido dar ao jogo defensivo da equipa. Por várias vezes, Mário colocou-se junto dos centrais e aliviou com efectividade algumas bolas que os jogadores do Espanyol tentavam colocar na área à espera de um toque de Felipe Caicedo.

Aos 55″, o veterano Sérgio Garcia, grande referência desta equipa do Espanyol pediu para sair. Sérgio Gonzalez colocou Alex Fernandez na sua posição, nas costas de Caicedo. O veteraníssimo dos espanhóis da catalunha ainda ameaçou na primeira parte com duas arrancadas em drible. Não passou da ameaça e da tentativa de servir Lucas Vazquez. Não foi o jogador expansivo que costuma ser e limitou-se a cumprir as orientações dadas por Sérgio Gonzalez (defesa baixa e contra-ataque).

O Atlético voltou a pegar no jogo. Aproveitando mais um desposicionamento do lateral-esquerdo (Alvaro Gonzalez), Arda, agora colado à direita tentou construir algumas jogadas de perigo pelo flanco. Valeram-lhe 3 cantos consecutivos. Aos 57″ e 61″ os jogadores do Atlético haveriam de reclamar duas grandes penalidades:
– na primeira, surgida de um canto ganho de forma inteligente pelo turco, Caicedo abalrroou Diego Godin impedindo o uruguaio de cabecear. Penalty claríssimo que o árbitro da partida não viu.- na segunda, Raúl Garcia rematou na meia-lua para um corte com o braço de um jogador do Espanyol. Pareceu-me que este tentou proteger a cara com as mãos. Lance duvidoso. Não consegui precisar se houve ou não intenção de cortar o lance com a mão ou se esta foi colocada apenas para proteger o rosto ao remate de Garcia. O remate foi feito muito muito perto.

Sergio Gonzalez tentou mexer novamente na equipa com a saída de Felipe Caicedo para a entrada de Christian Stuani. O uruguaio pouco mais haveria de acrescentar ao jogo. Teve oportunidade de reduzir aos 84″ quando, solto de marcação no coração da área, cabeceou por cima da baliza de Moya.

O Atlético voltou a carregar. Se aos 63″ Mandzukic voltou a dar uma oportunidade para Casilla brilhar com um remate forte já dentro da área depois de ter passado por Colotto com uma recepção orientada para a frente com o peito, e três minutos mais tarde, Casilla teve que sair a punhos por duas vezes na mesma jogada (primeiro, na zona de penalty, à tentativa efectuada por Antoine Griezmann “entretanto entrado para o lugar de Arda”, e depois a soco numa bola pelo ar resultante do ressalto que a defensiva do espanyol não aliviou), aos 70″, um lance onde a equipa do Espanyol foi ultrapassada por 2 vezes no ar daria o golo que terminaria com o jogo. Canto batido na direita, bola para o 2º poste, um primeiro cabeceamento, um segundo de Gimenez e Mario Suarez a empurrar novamente no poste contrário. Suarez pediu desculpa ao uruguaio por lhe ter “tirado” um golo já feito pelo seu cabeceamento.

Até ao final, a equipa do Espanyol tentou reagir mas não conseguiu desfeitiar a baliza de Moya. Mais perto esteve Antoine Griezmann de chegar ao 3º golo dos colchoneros em 3 lances lances que não deram em nada porque no primeiro foi desarmado na hora h por um adversário depois de uma excelente desmarcação para as costas da defesa, no segundo, Kiko Casilla não lhe permitiu e no terceiro atirou ao poste depois de passar pelo guardião espanhol.

Vitória justa do Atlético de Madrid que assim conseguiu não perder mais terreno para Barcelona e Real Madrid.

Decidi não dar nenhum título a este sinistro post. As imagens estão a correr mundo. Não irei publicá-las neste espaço para salvaguardar a sensibilidade de quem se choca a ver estas cenas.

Peter Biaksangzuala, de 23 anos, jogador do Bethlehem Vengthlang FC morreu ontem na celebração de um golo depois de ter executado mal um salto mortal. Esta é a razão pela qual 99% dos treinadores (Ferguson por exemplo impediu Nani de o fazer) não querem que os seus atletas pratiquem este tipo de saltos.

cavalgadura do dia (2)

ribery 3

Novamente Platini. O presidente da UEFA afirmou que Franck Ribery (assim como outros jogadores que renunciem a jogar pelas suas selecções) devem ser sancionados com 3 jogos de castigo pelo seu clube. Não tem pés nem cabeça. Se um jogador com trinta e poucos anos achar que já não tem nada a oferecer à selecção ou nem sequer está predisposto a abdicar de tempo que pode passar com a família durante as duas semanas que tem “livres” durante as janelas internacionais, porque é que há de ser castigado por causa de uma decisão de semelhante espécie?

cavalgadura do dia

“Quem deve ganhar a Bola de Ouro é quem venceu o Mundial… E Ronaldo não ganhou” – Michel Platini

 

Não gosto de comentar este tipo de assuntos. A luta “Messi\Ronaldo” é quase como, perdoem-me a expressão, medir pilinhas. Em Espanha, a loucura é levada ao expoente: na próxima semana, se Messi ultrapassar o Record de Zarra no jogo do Bernabéu, o jogo pode parar para homenagear o argentino. É uma ideia de loucos, tratando-se daquele superclássico, ainda por cima, uma ideia patrocinada pela Liga de Clubes Espanhola.

O presidente da UEFA é isto: um perfeito ignorante-tendencioso que ignora por completo a razão de ser que consubstancia o prémio: a atribuição ao jogador que na opinião de todos os stakeholders que o decidem, teve a melhor prestação durante um ano civil. Não é a temporada da primeira metade do ano, ou durante a segunda. Não é atribuído pelos golos que marcou ou pelos títulos que ganhou. É atribuído mediante um critério meritocrático de regularidade de excelência nas exibições durante 12 meses. Desculpem que vos diga: tendo em conta esse critério, não creio que sejam só Ronaldo e Messi os únicos capazes de o vencer. Robben, Ribery, Zlatan, Iniesta, Koke, Tevez, Pirlo, Angel DiMaria, Gareth Bale, Luka Modric, Yaya Touré, Edinson Cavani, Luis Suarez, Leonardo Bonucci, Gervinho, Xabi Alonso, Ivan Rakitic, Diego Costa, David Silva, Raheem Sterling, Philipp Lahm, Marco Reus são jogadores que nos encantam jogo após jogo, ano após ano.

frase do dia

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“Impressionante o verde e branco na bancada! Ao intervalo comentámos no balneário que iamos ganhar para os adeptos”

Pela enésima vez, enquanto sócio do Sporting Clube de Portugal, senti-me orgulhoso da prestação dos jogadores do meu clube num terreno que nos costuma ser tão hóstil. Mostraram ambição, mostraram garra, mostraram determinação e venceram justamente. Sabíamos (aliás, comentei-o com vários colegas deste blog) que iríamos ao Dragão sem pressão. A jogar na toca do lobo, com a possibilidade clara de existir um ambiente hostil por parte dos adeptos da casa e com os antecedentes providos por Bruno de Carvalho nas últimas semanas, tínhamos a plena noção que eliminados já estavamos: restava-nos ter uma atitude de leão e contrariar este fadado sentimento. Marco Silva e os jogadores estão de parabéns: a situação era complexa. As declarações do presidente podiam virar-se contra ele caso o Sporting tivesse sido eliminado. Decerto que os opinadores de bancada, iriam capitalizar a vitória do FC Porto para mandar as bocas do costume. O que é certo é que a equipa mandou em casa do adversário e os adeptos do Sporting reagiram a rigor, calando por completo um estádio do Dragão no mais profundo desespero.

Isto é o Sporting.

Marco Silva provou mais uma vez que é o treinador ideal para o Sporting. Não só já dotou a equipa de uma identidade como dotou-a de algo que é raro no Sporting Clube de Portugal: vencer em casa ou fora, seja contra qual adversário for. Já o tínhamos observado frente ao Benfica, Chelsea, Porto (em Alvalade), Penafiel. Espero que amanhã possamos vencer em Gelsenkirchen. Fazendo as contas do grupo, se o Chelsea vencer as duas partidas frente ao Maribor, duas vitórias frente ao Schalke ou uma vitória e um empate nos dois jogos, dão-nos praticamente a certeza que seremos qualificados para a próxima fase da Champions.

A candidatura de Luis Duque à Liga de Clubes

O antigo dirigente do Sporting deverá ter sido o nome “consensual” da reunião de presidentes da Liga (19) realizada hoje em Coimbra. Benfica e FC Porto deverão ter sido os maiores impulsionadores da candidatura deste ao organismo.

Da parte de Luis Duque, a revelação não me choca: Luis Duque provou ao longo da sua carreira enquanto dirigente desportivo, ser um autêntico mercenário na Bola. Foi dirigente na SAD do Sporting, como poderia ter sido na SAD do Porto, do Benfica ou do Vitória de Setúbal. Foi dirigente na AF Lisboa como poderia ter sido na de Santarém, Leiria ou Viana do Castelo. Duque age a favor de quem lhe der mais.

Quanto ao facto de ter sido um nome consensual a Porto e Benfica, tendo em conta o jogo de bastidores aqui relatado por mim no caso da candidatura de Fernando Seara, tudo me faz crer que esta é a candidatura que sucede à extinta candidatura do antigo autarca de Sintra. Contudo, não posso deixar de reparar o timing oportuno do lançamento deste nome e não tenho qualquer pejo em afirmar que se trata de uma candidatura a dois (Porto e Benfica) para conter\acirrar o presidente do Sporting, em virtude do facto de Duque se ter não só tornando persona non grata em Alvalade como um possível alvo (manifestado na última AG extraordinária do Sporting) de expulsão da categoria de associado do Sporting Clube de Portugal e imputável pelos negócios que motivaram o presidente leonino a avançar com um processo judicial contra 4 ex-gestores da SAD do clube (Nobre Guedes, Godinho Lopes, Duque e Carlos Freitas) pelos 3 negócios da discórdia: a renovação de Marat Izmailov e as contratações “às cegas” sem exame médico de Jeffren e Alberto Rodriguez.

FC Porto e Benfica, estarão dispostos a jogar sujo pela hegemonia do futebol nacional perante um Sporting que não se fez comparecer na reunião de Coimbra.